Rendidas ao poder real, limitadas pela censura política e religiosa, reduzidas nos seus privilégios, as elites cortesãs do séc. XVII refugiaram-se num quotidiano fútil e festivo, em que todos os atos estavam de tal modo ritualizados que se transformavam em autênticos espetáculos onde cada um era simultaneamente ator e espetador, desempenhando o papel de si próprio, segundo a etiqueta.
Esta sociedade engalanada e artificial gostava de entretenimentos – de ópera, teatro, ballet. Viveram esse gosto não só transformando o quotidiano num teatro de gestos e comportamentos estudados, mas também como observadores de espetáculos de eleição.
A cultura e a arte desta época refletiram esta mentalidade e estilo de vida: foi artificial, rebuscada e complexa, amante do espetáculo em toda a sua dimensão.
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